O poema no caderno de alguém



 Eu sempre me considerei uma pessoa muito neutra e que sente demais, me entrego. Talvez porque seja fechada ao extremo, com pensamento guardados a sete chaves. Minha mente é difícil de entender e as vezes me empolgava quando não deveria pelo simples fato de algumas pessoas terem tentado me ler.

  Sentir doí - não aquela dor física, uma dor que não se explica - dor de alma. Quando a pessoa não é o que a gente espera, quando algo não dá certo ou só não era para ser. E o pior é que não escolhemos, e são nesses momentos em que me questiono de várias escolhas que fiz ao longo da vida.

  Não escolhi muitas das minhas relações, elas simplesmente aconteceram das formas mais inesperadas possíveis. Beijos em árvores que resultaram em rostos que nunca mais se topam nem pelas ruas de cidades tão pequenas em que já estive. 

Apesar disso, sempre prezo pelo amor, seja o que tenho por pessoas, viagens e momentos guardados na minha gaveta mental e que espero que fiquem pra sempre lá, pois me moldaram completamente. 

Eu quero ser o poema no caderno de alguém invés de ser a pessoa que escreve as poesias, ser pelo menos uma vez a pessoa que não sente muito, e sim o bastante, porque sou correspondida o suficiente.

  Uma loucura... Amores presos em declarações que não duraram o quanto deveriam. Mas no fim das contas não me arrependo, eles me ensinaram muito sobre quem eu deveria ser e de quem deveria evitar. A não desrespeitar meus limites e não rir só para disfarçar quando o coração está triste, porque talvez, isso seja um sinal de que algo não está certo.