Escrevo para me libertar

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Escrevo para que as notas criadas com todo o meu querer possam finalmente se libertar da sala oculta da minha mente. Crio com o coração, com a alma, com o corpo todo. Respiro palavras que saem pela ponta da caneta com a maior facilidade do mundo. Escrevo para que me encontre depois de me perder. E tem dado certo, e digo isso com veracidade.  E depois de uma simples palavra, aparecem outras, naturalmente e de forma quase que imperceptível. Porque é o que eu sinto, e sou verdadeira sempre que decido desbravar uma folha em branco para lotar com meus pensamentos improváveis.  Alguns pensamentos escritos, minha vontade é de queimar. Como se aquelas névoas intrusivas nunca estivessem ali sobrevo…

Mais uma dentre as noites que brilham

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Mais uma noite, as luzes brilharam. Era mais um dia como todos os outros, tudo estava exatamente igual - a lua opaca pequenininha e bem cheia, mas por algum motivo eu me sentia mais feliz aquele dia, mais grata. Por ter pessoas como ele na minha vida, por ter o privilégio de ter uma vista como aquelas em mais um dia normal.  Minha calça cor de rosa nem comparava a cor do meu rosto quando por algum incidente, soube que lá no fundo da sua mente, tinha guardado a informação que sairia a poucos instantes da sua boca. "Eu lembro do dia daquela festa, você soltava algumas palavras e ficava quieta, até que disse bem bebinha que se eu não namorasse você teria dado em cima de mim".  Algum …

Talvez eu case com um caderno

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Quando era criança, vez ou outra, me pegava pedindo cadernos de presente. É um hábito que carrego comigo desde os 7, idade que comecei a escrever para colocar os sentimentos para fora.   A escrita é como um aconchego: um ombro amigo para desabafar sem julgamentos. Talvez era uma forma de me sentir útil e boa em alguma coisa também.  Sempre me senti meio desajustada. Gostei de muita coisa mas me sentia péssima nelas, mas escrever era a única que me identificava sem muito esforço. Anos vem e vão, blogs, poemas dedicados a pessoas que não carrego mais, dias depressivos em folhas amassadas, amores não correspondidos o suficiente e a escrita foi a única que consegui manter comigo aconteça o qu…

Um ano que fui submersa e nadei ao mesmo tempo. :)(:

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Mais um ano extremamente produtivo, de muitas aventuras e aprendizado. Esse de fato pareceram vários anos em um só e vou guardar todas as memórias com muito carinho.

1. Dei mais importância aos meus sentimentos e ao meu corpo. Me sobrecarreguei pelos outros e aprendi o quanto eu devo me ouvir e dar a atenção que eu mereço.2. Comprei um teclado com meu próprio dinheiro e tô pagando um curso online: tenho aprendido de pouco a pouco, mas cada vez que acerto ou consigo uma música, fico extremamente feliz.3. Aprendi a lidar com quase perdas e tentar ter inteligência emocional. Minha madrasta passou por muitas dificuldades de saúde, assim como meu avô, e isso me ensinou muito sobre a vida é ter pa…

Numa bela terça a tarde de Abril

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Via seu nome em caixasGuardadas lá no fundo da minha menteQue fazia de tudo para evitarQuase que uma área intocável Me trazia sentimentos Que tentava nunca lembrar 
Era um dia de solAs folhas de outono caiam Pelos pisos mais inconvenientes Daquela bela praça em que o sol brilhava
O sorvete escorria e você me olhavaNaquele momento senti Como se o tempo tivesse parado Meu coração se aquecia aos poucos 
O dia ficou perdido em fotografiasOs olhares não se topam maisE as emoções são só lembranças De tudo aquilo que um dia já se foi
- Tardes que jamais irão voltar - ainda bem, graças a deus.

Árvore, joaninha ou aranha?

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Comecei com poemas sobre a natureza. O primeiro que eu tenho - A dona árvore -  escrevi aos sete, mas diz muito sobre minha personalidade: era sobre um passarinho que pousava numa bela árvore, as maçãs caiam, e ela sempre ficava quietinha independente do que acontecia.  Mal sabia eu que esse poema viria a se tornar sobre mim, que após fases e mais fases, me peguei perdida no comodismo dos dias. As maçãs são os desafios que vem e vão, caem e são substituídos por novos, e os passarinhos são romances passageiros que nunca ficam.  Apesar dessa comparação, na vida talvez seja como uma joaninha. Fiz um teatro sobre joaninhas uma vez. Ela era muito admirada por todos pelo seu bom humor e forma de…

Congelei

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Aquela música mexeu comigoDe forma que jamais iria admitirMeu coração não cantava faz tempo Naquele segundo me perdi
Memórias que se cansamSentimentos que se criamCabeças que se cortamDe vidas que nos rodeiam
As mãos esfriaramRestam lágrimas congeladasNão tem mais suspiros Nem palavras de acalento
As linhas de cada invernoA poeira toma contaDaquelas histórias contadas Muito, mas muito tempo atrás
- Poema sobre tempos em que tudo era amarelo.